Quando a Jerusalém antiga foi destruída? — Parte dois
Quando a Jerusalém antiga foi destruída? — Parte dois
O que os documentos de argila realmente mostram
Este é o segundo de dois artigos em números consecutivos de A Sentinela que examinam questões eruditas sobre a data da primeira destruição da Jerusalém antiga. Esta série de duas partes apresenta respostas com base na Bíblia e em pesquisa meticulosa a perguntas que intrigam alguns leitores.
A parte um deixou claro os seguintes pontos:
▪ Os historiadores seculares dizem que Jerusalém foi destruída em 587 AEC. *
▪ A cronologia bíblica indica que a destruição ocorreu em 607 AEC.
▪ Os historiadores seculares baseiam suas conclusões nos escritos de historiadores clássicos e no Cânon de Ptolomeu.
▪ Alguns escritos de historiadores clássicos contêm erros significativos e nem sempre estão em harmonia com os registros em tabuinhas de argila. *
A BÍBLIA diz que os judeus cativos ficariam em Babilônia até se completarem “os setenta anos, . . . em cumprimento da palavra do SENHOR anunciada por Jeremias”. Quando eles foram libertos? No “primeiro ano [de reinado] de Ciro, rei da Pérsia”. (2 Crônicas 36:21, 22, Nova Versão Internacional) A história bíblica e secular concordam que esse exílio terminou após Ciro conquistar Babilônia e libertar os judeus, que retornaram para Jerusalém em 537 AEC. Visto que a Bíblia diz claramente que o exílio durou 70 anos, tudo indica que ele começou em 607 AEC.
No entanto, a maioria dos eruditos diz que a destruição de Jerusalém ocorreu em 587 AEC. Isso só deixaria um período de 50 anos de exílio. Por que chegaram a essa conclusão? Eles baseiam seus cálculos em antigos documentos cuneiformes que contêm detalhes sobre Nabucodonosor II e seus sucessores.1 Muitos desses documentos foram escritos por homens que viveram durante a época da destruição de Jerusalém, ou perto dessa época. Mas até que ponto esses cálculos que apontam para 587 AEC são exatos? O que esses documentos realmente mostram?
Para responder a essas perguntas, vejamos três tipos de documentos a que os eruditos muitas vezes recorrem: (1) As crônicas babilônicas, (2) as tabuinhas econômicas e (3) as tabuinhas astronômicas.
● As crônicas babilônicas.
O que são? As crônicas babilônicas são uma série de tabuinhas que registram eventos importantes da história babilônica.2
O que os eruditos dizem? R. H. Sack, uma destacada autoridade em documentos cuneiformes, declara que as crônicas fornecem um registro incompleto de eventos importantes. * Ele escreveu que os historiadores precisam recorrer a “fontes secundárias . . . na esperança de determinar o que realmente aconteceu”.
O que os documentos mostram? Que há lacunas na história registrada nas crônicas babilônicas.3 (Veja o quadro abaixo.) Assim, é lógico perguntar: até que ponto as conclusões baseadas nesse registro tão incompleto são confiáveis?
● Tabuinhas econômicas.
O que são? A maioria das tabuinhas econômicas do período neobabilônico são registros legais de transações comerciais. As tabuinhas registravam o dia, o mês e o ano de reinado do monarca que estava no poder. Por exemplo, há uma tabuinha que registra uma transação em “nisã, no 27.º dia, no 11.º ano de Nabucodorosor [também chamado de Nabucodonosor II], rei de Babilônia”.4
Quando o rei morria ou era destituído e um novo rei subia ao trono, os meses restantes daquele ano de reinado eram considerados o ano de ascensão do novo governante. *5 Ou seja, a transição de um rei para outro se dava no mesmo ano civil babilônico. Assim, as datas nas tabuinhas do ano de ascensão do novo rei deveriam logicamente se referir a meses posteriores ao último mês do rei anterior.
O que os eruditos dizem? R. H. Sack examinou várias tabuinhas econômicas do período neobabilônico. Em 1972, Sack escreveu que novos textos não divulgados do Museu
Britânico postos à sua disposição “derrubam totalmente” as conclusões anteriores sobre a transição do reinado de Nabucodonosor II para seu filho Amel-Marduque (também chamado de Evil-Merodaque).6 Como assim? Sack tinha conhecimento de tabuinhas que mostravam que Nabucodonosor II ainda reinava no sexto mês de seu último ano (43.°). Mas essas novas tabuinhas recém-decifradas do ano de ascensão do rei seguinte, Amel-Marduque, datavam do quarto e quinto meses daquele que se supunha ser o mesmo ano.7 É evidente que há uma discrepância.O que os documentos mostram? Que há mais discrepâncias na transição de um rei para outro. Por exemplo, um documento mostra que Nabucodonosor II ainda governava no décimo mês — seis meses depois de seu sucessor supostamente ter começado a reinar.8 Existe uma discrepância similar na transição de Amel-Marduque para seu sucessor, Neriglissar.9
Por que essas discrepâncias são relevantes? Como já mencionado, as lacunas na história registrada pelas crônicas babilônicas indicam que talvez não tenhamos um registro cronológico contínuo.10 Poderiam outros ter governado entre o reinado desses reis? Nesse caso, seria necessário acrescentar anos ao período neobabilônico. Assim, nem as crônicas babilônicas nem as tabuinhas econômicas fornecem uma base para se determinar com certeza que Jerusalém foi destruída em 587 AEC. *
● Tabuinhas astronômicas.
O que são? São tabuinhas cuneiformes contendo descrições da posição do Sol, da Lua, de planetas e de estrelas combinadas com informações históricas, como o ano de reinado de determinado rei. Por exemplo, o diário astronômico abaixo registra um eclipse lunar que ocorreu no primeiro mês do primeiro ano do reinado do Rei Muquin-Zeri.11
O que os eruditos dizem? Os eruditos concordam que os babilônios desenvolveram extensas tabelas e listas para predizer quando era mais provável que ocorresse um eclipse.12
Mas poderiam os babilônios ter feito cálculos para trás no tempo a fim de saber quando os eclipses ocorreram? O professor universitário John Steele diz: “É possível que algumas das primeiras predições tenham sido feitas por meio de cálculos para trás na época em que o texto foi compilado.” (O grifo é nosso.)13 O professor universitário David Brown, que
acredita que as tabelas astronômicas incluíam predições feitas pouco antes dos eventos registrados, reconhece que é concebível que algumas delas fossem “cálculos retroativos realizados por escribas no quarto século a.C ou em séculos posteriores”.14 Se esses cálculos forem retroativos, será que podem ser considerados absolutamente confiáveis sem que outras evidências os confirmem?Mesmo que um eclipse tenha ocorrido em certa data, será que isso significa que a informação histórica que o escritor da tabuinha atribuiu àquela data é exata? Não necessariamente. O erudito R. J. van der Spek explica: “Os compiladores eram astrólogos, não historiadores.” Ao falar de partes de tabuinhas com registros históricos, ele as descreve como “mais ou menos casuais”, e alerta que esse tipo de informação histórica precisa “ser usada com cautela”.15
O que os documentos mostram? Veja o exemplo de uma tabuinha conhecida como VAT 4956. A primeira linha dessa tabuinha diz: “Ano 37 de Nabucodonosor, rei de Babilônia.”16 Em seguida, ela faz uma descrição detalhada da posição da Lua e de planetas em relação a diferentes estrelas e constelações. Também inclui um eclipse lunar. Os eruditos dizem que todas essas posições ocorreram em 568/567 AEC, o que faria com que o 18.º ano de Nabucodonosor II, quando ele destruiu Jerusalém, fosse 587 AEC. Mas será que essas referências astronômicas apontam irrefutavelmente apenas para o ano de 568/567 AEC?
A tabuinha menciona um eclipse lunar que, segundo os cálculos, ocorreu no 15.º dia do terceiro mês babilônico, simanu. Realmente ocorreu um eclipse lunar nesse mês em 568 AEC — 4 de julho no calendário juliano. No entanto, também houve um eclipse 20 anos antes, em 15 de julho de 588 AEC.17
Se 588 AEC marcou o 37.º ano de Nabucodonosor II, então seu 18.º ano cairia em 607 AEC — exatamente o ano que a cronologia bíblica indica para a destruição de Jerusalém. (Veja a linha do tempo abaixo.) Mas será que a VAT 4956 fornece mais evidências para o ano 607 AEC?
Além do eclipse já mencionado, a tabuinha contém 13 grupos de observações lunares e 15 observações planetárias. Elas descrevem a posição da Lua ou de planetas em relação a certas estrelas ou constelações.18 Há também oito intervalos de tempo entre o nascer e o pôr do sol e o nascer e o pôr da lua.18a
Por causa da confiabilidade superior das posições lunares, os pesquisadores examinaram cuidadosamente os 13 grupos de posições lunares na VAT 4956. Eles analisaram os dados com a ajuda de um programa de computador capaz de mostrar a localização de corpos celestes em determinada data no passado.19 O que
essa análise revelou? Ao passo que nem todos esses grupos de posições lunares são compatíveis com o ano 568/567 AEC, os 13 grupos são compatíveis com posições calculadas para 20 anos antes, ou seja, para o ano 588/587 AEC.Um dos lugares onde as observações lunares combinam ainda mais com 588 AEC do que com 568 AEC é mostrado na tabuinha reproduzida nestas páginas. Na linha 3 dessa tabuinha, lemos que a Lua estava em determinada posição na “noite de 9 [de nisanu]”. No entanto, os primeiros eruditos que disseram que esse evento ocorreu em 568 AEC (astronômico -567) admitiram que nesse ano a Lua estava nessa posição em “8 de nisanu e não em 9”. Para apoiar a data de 568 AEC, eles alegaram que o escriba se equivocou, escrevendo “9” em vez de “8”.20 Mas a posição lunar na linha 3 se encaixa perfeitamente com 9 de nisanu de 588 AEC.21
Fica claro então que muitos dos dados astronômicos na VAT 4956 combinam com o ano de 588 AEC como o 37.º ano de Nabucodonosor II. Assim, esses dados apoiam o ano de 607 AEC como a data da destruição de Jerusalém — exatamente como a Bíblia indica.
Por que confiar na Bíblia?
Hoje, a maioria dos historiadores seculares acreditam que Jerusalém foi destruída em 587 AEC. No entanto, os escritores bíblicos Jeremias e Daniel dizem claramente que os judeus ficaram no exílio 70 anos, não 50. (Jeremias 25:1, 2, 11; 29:10; Daniel 9:2) Essas declarações indicam fortemente que Jerusalém foi destruída em 607 AEC. Como as evidências citadas mostram, essa conclusão tem algum apoio secular.
A exatidão da Bíblia tem sido frequentemente questionada por eruditos seculares. Mas quando aparecem mais evidências, a veracidade do registro bíblico vez após vez é comprovada. * Aqueles que confiam na Bíblia têm bons motivos para isso. Baseiam suas conclusões em evidências que provam que a Bíblia é exata em sentido histórico, científico e profético. Essas evidências os levam a acreditar na afirmação da Bíblia de ser a Palavra inspirada de Deus. (2 Timóteo 3:16) Que acha de pesquisar pessoalmente essas evidências? É bem possível que você chegue à mesma conclusão.
[Nota(s) de rodapé]
^ parágrafo 5 Existem várias maneiras de se falar sobre datas. AEC significa “antes da Era Comum”.
^ parágrafo 8 Veja o artigo “Quando a Jerusalém antiga foi destruída? — Por que isso é importante, O que as evidências mostram”, no número de 1.º de outubro de 2011 desta revista.
^ parágrafo 14 Nota: Nenhum dos eruditos citados defende que Jerusalém foi destruída em 607 AEC.
^ parágrafo 18 O ano de ascensão não era contado como ano de reinado. Referia-se aos meses do ano civil que restavam até o novo rei ser entronizado oficialmente no início do ano civil seguinte.
^ parágrafo 21 Há tabuinhas para todos os anos tradicionalmente atribuídos aos reis neobabilônios. Quando se somam todos os anos em que esses reis governaram e se calcula do último rei neobabilônio, Nabonido, para trás, chega-se à data de 587 AEC para a destruição de Jerusalém. Mas esse método de datação só é válido se cada rei sucedeu ao próximo imediatamente, sem que outros tenham governado entre eles.
^ parágrafo 36 Para exemplos específicos, veja os capítulos 4 e 5 do livro A Bíblia — Palavra de Deus ou de Homem?, publicado pelas Testemunhas de Jeová.
[Quadro/Tabela na página 23]
(Para o texto formatado, veja a publicação)
AS CRÔNICAS BABILÔNICAS — HISTÓRIA COM LACUNAS
As crônicas babilônicas fornecem um registro para apenas 35 anos do período neobabilônico, que segundo os historiadores seculares abrange uns 88 anos.
◻UM ANO SEM REGISTRO NAS CRÔNICAS
◼UM ANO COM REGISTRO NAS CRÔNICAS
BM 21901 BM 21946 BM 35382
↓ ↓ ↓ ↓
PERÍODO NEOBABILÔNICO PERSAS
Nabopolassar Nabucodonosor II Amel-Marduque Nabonido
Neriglissar Labasi-Marduque
↑ ↑ ↑
BM 25127 BM 22047 BM 25124
[Créditos]
BM 21901 e BM 35382: Foto tirada por cortesia do Museu Britânico; BM 21946: Copyright British Museum; BM 22047, 25124, 25127: © The Trustees of the British Museum
[Quadro/Foto na página 24]
DIÁRIO ASTRONÔMICO BM 32238
Esta tabuinha inclui um registro de eclipses lunares, mas ela foi compilada só depois do último desses eclipses, uns 400 anos após o primeiro. Visto que o escriba não presenciou todos esses eventos, ele talvez tenha usado cálculos matemáticos para determinar quando os eclipses anteriores ocorreram. A menos que haja outras evidências que confirmem suas conclusões, cálculos desse tipo podem não ser uma fonte confiável de informações cronológicas.
[Crédito]
© The Trustees of the British Museum
[Quadro/Fotos nas páginas 26, 27]
O QUE A VAT 4956 REALMENTE DIZ?
Por que a pergunta? A terceira linha desta tabuinha diz que na “noite do dia 9” do primeiro mês (nisanu/nisã), “a Lua estava 1 côvado em frente à ß Virginis”. Mas em 1915 Neugebauer e Weidner, escrevendo sobre o ano 568 AEC (que apontaria para 587 AEC como o ano da destruição de Jerusalém), disseram que “a Lua estava 1 côvado em frente a essa estrela no dia 8 de nisã, e não no dia 9 de nisã”. (O grifo é nosso.) Mas há uma combinação exata da posição da Lua para o dia 9 de nisã de 588 AEC, o que aponta para a data de 607 AEC.
Deveria ser o nono ou o oitavo dia?
(1) Como mostra a foto ao lado, o símbolo acadiano representando o número 9 aparece claramente.
(2) Na sua transliteração desse texto cuneiforme, Neugebauer e Weidner mudaram “9” para “8”.
(3) Apenas a nota de rodapé indica que havia um “9” no texto original.
(4) Até mesmo na sua tradução em alemão, eles colocaram “8”.
(5) Em 1988, Sachs e Hunger publicaram o texto na forma como ele realmente era, com o “9”.
(6) Mesmo assim, eles mantiveram a alteração na sua tradução para o inglês, chamando o “9” de erro, dizendo que o certo seria o “8”.
[Crédito]
bpk / Vorderasiatisches Museum, SMB / Olaf M. Teßmer
[Quadro na página 28]
Notas para o artigo “Quando a Jerusalém antiga foi destruída? — Parte Dois”
1. Cuneiforme é um estilo de escrita em forma de cunha. Consistia em um escriba gravar vários símbolos na superfície lisa de uma tabuinha de argila usando um estilete com ponta afiada em forma de cunha.
2. Assyrian and Babylonian Chronicles, de A. K. Grayson, publicado em 1975, reimpresso em 2000, página 8.
3. O período neobabilônico começou durante o sétimo século AEC, quando a dinastia caldeia de reis governou o Império Babilônico. O primeiro governante foi Nabopolassar, pai de Nabucodonosor II. Esse período terminou quando o último rei, Nabonido, foi derrubado pelo rei persa, Ciro, em 539 AEC.
4. Neo-Babylonian Business and Administrative Documents, de Ellen Whitley Moore, publicado em 1935, página 33.
5. Archimedes, Volume 4, New Studies in the History and Philosophy of Science and Technology, “Observations and Predictions of Eclipse Times by Early Astronomers”, de John M. Steele, publicado em 2000, página 36.
6. Amel-Marduk 562-560 B.C.—A Study Based on Cuneiform, Old Testament, Greek, Latin and Rabbinical Sources. With Plates, de Ronald H. Sack, publicado em 1972, página 3.
7. As tabuinhas BM 80920 e BM 58872 são datadas do quarto e do quinto mês do ano de ascensão de Evil-Merodaque. Elas foram publicadas por Sack em Amel-Marduk 562-560 B.C.—A Study Based on Cuneiform, Old Testament, Greek, Latin and Rabbinical Sources. With Plates, páginas 3, 90, 106.
8. A tabuinha no Museu Britânico (BM 55806) é datada do décimo mês, 43.º ano.
9. As tabuinhas BM 75106 e BM 61325 são datadas do sétimo e décimo mês do que é considerado o último (segundo) ano do reinado de Evil-Merodaque. Contudo, a tabuinha BM 75489 é datada do segundo mês do ano de ascensão de Neriglissar, seu sucessor. — Catalogue of the Babylonian Tablets in the British Museum, Volume VIII, (Tablets From Sippar 3) de Erle Leichty, J. J. Finkelstein e C.B.F. Walker, publicado em 1988, páginas 25, 35.
Catalogue of the Babylonian Tablets in the British Museum, Volume VII, (Tablets From Sippar 2) de Erle Leichty e A. K. Grayson, publicado em 1987, página 36.
Neriglissar—King of Babylon, de Ronald H. Sack, publicado em 1994, página 232. O mês que aparece na tabuinha é ajaru (segundo mês).
10. Considere o exemplo de Neriglissar. Uma inscrição real sobre ele declara que ele era “o filho de Bel-Sum-Ichcun”, o “rei de Babilônia”. (O grifo é nosso.) Outra inscrição chama Bel-Sum-Ichcun de “príncipe sábio”. A palavra original traduzida por “príncipe”, rubû, é um título que também significa “rei, governante”. Visto que há uma contradição óbvia entre o reinado de Neriglissar e de seu predecessor, Amel-Marduque, poderia esse “rei de Babilônia”, Bel-Sum-Ichcun, ter governado por um tempo entre os dois? O professor universitário R. P. Dougherty reconheceu que “a evidência de que Neriglissar era de linhagem nobre não pode ser desconsiderada”. — Nabonidus and Belshazzar—A Study of the Closing Events of the Neo-Babylonian Empire, de Raymond P. Dougherty, publicado em 1929, página 61.
11. Astronomical Diaries and Related Texts From Babylonia, Volume V, editado por Hermann Hunger, publicado em 2001, páginas 2-3.
12. Journal of Cuneiform Studies, Volume 2, N.º 4, 1948, “A Classification of the Babylonian Astronomical Tablets of the Seleucid Period”, de A. Sachs, páginas 282-283.
13. Astronomical Diaries and Related Texts From Babylonia, Volume V, página 391.
14. Mesopotamian Planetary Astronomy-Astrology, de David Brown, publicado em 2000, páginas 164, 201-202.
15. Bibliotheca Orientalis, L N° 1/2, Januari-Maart, 1993, “The Astronomical Diaries as a Source for Achaemenid and Seleucid History”, de R. J. van der Spek, páginas 94, 102.
16. Astronomical Diaries and Related Texts From Babylonia, Volume I, de Abraham J. Sachs, finalizado e editado por Hermann Hunger, publicado em 1988, página 47.
17. Babylonian Eclipse Observations From 750 BC to 1 BC, de Peter J. Huber e Salvo De Meis, publicado em 2004, página 186. Segundo a VAT 4956, esse eclipse ocorreu no 15.º dia do terceiro mês babilônico, o que indica que o mês de simanu começou 15 dias antes. Se o eclipse aconteceu em 15 de julho de 588 AEC, de acordo com o calendário juliano, então o primeiro dia de simanu seria 30 de junho/1.º de julho de 588 AEC. Portanto, o primeiro mês babilônico (nisanu) teria dado início ao novo ano dois meses antes, em 2/3 de maio. Ao passo que normalmente o ano desse eclipse teria começado em 3/4 de abril, a VAT 4956 menciona na linha 6 que um mês extra (intercalar) foi acrescentado depois do décimo segundo (último) mês (adaru) do ano anterior. (A tabuinha diz: “8.º dia do mês XII2 [13.º mês].”) Portanto, isso significa que o novo ano realmente não começou antes de 2/3 de maio. Assim, a data desse eclipse em 588 AEC se encaixa bem na data mencionada na tabuinha.
18. Segundo Berichte über die Verhandlungen der Königl. Sächsischen Gesellschaft der Wissenschaften zu Leipzig; Volume 67; 1.º de maio, 1915; no artigo “Ein astronomischer Beobachtungstext aus dem 37. Jahre Nebukadnezars II”, de Paul V. Neugebauer e Ernst F. Weidner, páginas 67-76, há 13 grupos de observações da Lua em que ela é descrita em relação a certa estrela ou constelação. Eles também alistam 15 grupos de observações planetárias. (Páginas 72-76) Embora o símbolo cuneiforme para a Lua seja claro e sem ambiguidade, alguns dos símbolos para os nomes dos planetas e suas posições não são claros. (Mesopotamian Planetary Astronomy—Astrology, de David Brown, publicado em 2000, páginas 53-57) Por causa disso, as observações planetárias estão abertas a especulação e a várias interpretações. Visto que a Lua pode facilmente ser rastreada, as posições dos outros corpos celestes mencionados na VAT 4956 e relacionados à Lua podem ser identificados, e suas posições datadas com boa medida de certeza.
18a. Estes intervalos de tempo são a medição de tempo, por exemplo, do pôr do sol ao pôr da lua no primeiro dia do mês e durante dois outros períodos mais tarde no mês. Os eruditos têm relacionado essas medições de tempo a datas calendares. (“The Earliest Datable Observation of the Aurora Borealis,” de F. R. Stephenson e David M. Willis, em Under One Sky—Astronomy and Mathematics in the Ancient Near East, editado por John M. Steele e Annette Imhausen, publicado em 2002, páginas 420-428) Para antigos observadores, medir esse período exigia um tipo de relógio. Essas medições não eram confiáveis. (Archimedes, Volume 4, New Studies in the History and Philosophy of Science and Technology, “Observations and Predictions of Eclipse Times by Early Astronomers”, de John M. Steele, publicado em 2000, páginas 65-66) Por outro lado, o cálculo da posição da Lua em relação a outros corpos celestes era feito com maior certeza.
19. Essa análise foi feita com o software de astronomia chamado TheSky6™. Além disso, a análise foi ampliada por um abrangente programa freeware chamado Cartes du Ciel/Sky Charts (CDC) e um conversor de dados fornecido pelo Observatório Naval dos Estados Unidos. Visto que os símbolos cuneiformes das posições planetárias estão abertas a especulação e a várias interpretações, essas posições não foram usadas nessa pesquisa para apontar o ano intencionado por esse diário astronômico.
20. Berichte über die Verhandlungen der Königl. Sächsischen Gesellschaft der Wissenschaften zu Leipzig; Volume 67; 1.º de maio de 1915; “Ein astronomischer Beobachtungstext aus dem 37. Jahre Nebukadnezars II, (-567/66)” de Paul V. Neugebauer e Ernst F. Weidner, página 41.
21. A VAT 4956 diz na terceira linha: “A Lua estava 1 côvado [ou 2 graus] em frente à ß Virginis.” A análise já mencionada concluiu que em 9 de nisanu a Lua estava 2°04ʹ em frente à estrela ß Virginis e 0° abaixo dela. Foi considerada uma combinação exata.
[Tabela na página 25]
(Para o texto formatado, veja a publicação)
QUE ANO A VAT 4956 INDICA COMO O ANO DA DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM — 587 AEC OU 607 AEC?
◼ A tabuinha descreve eventos astronômicos que ocorreram no 37.º ano do reinado de Nabucodonosor II.
◼ Nabucodonosor II destruiu Jerusalém no seu 18.º ano de reinado. — Jeremias 32:1.
Se o 37.º ano de reinado
de Nabucodonosor II
foi 568 AEC, então a
destruição de Jerusalém
587 ← ← ocorreu em 587 AEC.
610 A.E.C. 600 590 580 570 560
607 ← ← Se o 37.º ano de reinado dele foi 588 AEC,
então a destruição de Jerusalém ocorreu em
607 AEC, a data indicada pela cronologia
da Bíblia.
◼ A VAT 4956 aponta com mais certeza para 607 AEC
[Crédito da foto na página 22]
Foto tirada por cortesia do Museu Britânico