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Como Ter uma Família Feliz

Criar filhos responsáveis

Criar filhos responsáveis

Jorge: * “Toda noite era a mesma coisa. Bruno, meu filho de 4 anos, deixava seus brinquedos espalhados pela casa toda. Eu tentava fazer com que ele guardasse tudo antes de ir para a cama. Mas Bruno ficava fora de si, gritando e fazendo birra. Às vezes eu ficava tão frustrado que gritava com ele, mas isso só deixava nós dois ainda mais chateados. Eu queria que a hora de dormir fosse agradável. Por isso, desisti de forçá-lo e simplesmente passei eu mesmo a arrumar a bagunça.”

Emília: “O problema começou quando minha filha de 13 anos, Júlia, teve dificuldade para entender como fazer um trabalho que sua professora deu. Quando chegou em casa, ela chorou durante uma hora. Eu a incentivei a procurar ajuda na escola, mas Júlia dizia o tempo todo que sua professora era muito má e que não tinha coragem de falar com ela. A minha vontade era ir direto à escola e dizer à professora o que eu pensava dela. Ninguém tinha o direito de deixar minha filhinha naquele estado!”

VOCÊ às vezes se sente como Jorge e Emília? Assim como eles, muitos pais acham difícil ver um filho triste ou com um problema. É natural que os pais queiram proteger seus filhos. No entanto, as situações descritas acima, na verdade, eram oportunidades excelentes para esses pais ensinarem aos filhos uma lição valiosa sobre responsabilidade. Naturalmente, um filho de 4 anos vai aprender lições diferentes de um de 13.

Mas a verdade é que você nem sempre poderá proteger seu filho dos desafios da vida. Um dia o filho deixará o pai e a mãe e passará a ‘levar a sua própria carga’ de responsabilidade. (Gálatas 6:5; Gênesis 2:24) Para que os filhos saibam cuidar de si mesmos, os pais precisam se concentrar no objetivo de ensiná-los a se tornar adultos que não sejam egoístas, mas sim bondosos e responsáveis. Com certeza, essa tarefa não é nada fácil!

Felizmente, Jesus deixou a todos os pais um modelo maravilhoso na maneira como tratou seus discípulos. Ele não era pai, mas seu objetivo ao escolher e treinar seus discípulos foi o de prepará-los para continuar a obra de pregação, mesmo depois que os deixasse. (Mateus 28:19, 20) Isso é parecido com o objetivo que os pais têm de que seus filhos se tornem responsáveis. Considere três aspectos do exemplo que Jesus deixou para os pais.

‘Estabeleça o modelo’ para os seus filhos

Perto do fim de sua vida, Jesus disse a seus discípulos: “Estabeleci o modelo para vós, a fim de que, assim como eu vos fiz, vós também façais.” (João 13:15) De maneira similar, para explicar e mostrar o que realmente significa ser responsável, os pais precisam dar o exemplo.

Pergunte-se: ‘Eu sempre falo de forma positiva sobre as minhas responsabilidades? Falo sobre a satisfação que dá fazer um bom trabalho para outros? Ou estou sempre reclamando e me comparando com outros que parecem ter uma vida mais fácil?’

É verdade que ninguém é perfeito. Todos nós nos sentimos sobrecarregados às vezes. Mas seu exemplo talvez seja a melhor forma de ajudar os filhos a ver a importância e o valor de ser alguém responsável.

TENTE O SEGUINTE: Se possível, de vez em quando, leve seu filho ao seu local de trabalho e mostre o que você faz para sustentar a família. Faça algum tipo de trabalho voluntário junto com seu filho. Depois, fale sobre a alegria que você sentiu por cumprir essa responsabilidade. — Atos 20:35.

Tenha expectativas razoáveis

Jesus reconheceu que levaria tempo para seus discípulos estarem prontos para assumir os papéis e as responsabilidades que ele pretendia passar para eles. Certa vez, Jesus disse: “Ainda tenho muitas coisas para vos dizer, mas não sois atualmente capazes de suportá-las.” (João 16:12) Ele não pediu logo para seus discípulos cumprirem tarefas sem a sua ajuda. Em vez disso, gastou um bom tempo ensinando-lhes muitas coisas. Jesus só os deixou trabalhar sozinhos depois de ter certeza de que estavam prontos.

De maneira similar, não é razoável que os pais esperem que seus filhos assumam as responsabilidades de um adulto antes de estarem prontos para isso. Mesmo assim, à medida que os filhos crescem, os pais devem definir que tarefas são apropriadas para eles. Por exemplo, os pais precisam ensinar seus filhos a cuidar de sua limpeza pessoal, limpar seu quarto, serem pontuais e lidar corretamente com dinheiro. Quando os filhos começam a ir à escola, os pais devem esperar que eles assumam a importante responsabilidade de cumprir as tarefas escolares.

Os pais precisam fazer mais do que apenas dar responsabilidades a seus filhos. Precisam apoiar os esforços deles. Jorge, o pai já mencionado, percebeu que um dos motivos para Bruno cismar tanto com a ideia de arrumar seus brinquedos é que a tarefa parecia grande demais para ele. Jorge diz: “Em vez de apenas gritar com Bruno, dizendo para ele pegar seus brinquedos, tentei lhe ensinar uma maneira fácil de fazer isso.”

Que maneira foi essa? Jorge explica: “Primeiro, estabeleci uma hora para recolher os brinquedos todas as noites. Daí, eu ajudava o Bruno. Enquanto eu pegava uns brinquedos de uma parte da sala, ele pegava outros. Fiz da tarefa uma espécie de jogo, até mesmo competindo para ver quem terminava primeiro. Logo isso passou a fazer parte de nossa rotina na hora de dormir. Prometi ao Bruno que se ele terminasse rapidinho, eu leria uma história a mais, mas se ficasse enrolando, então sobraria menos tempo para eu ler para ele.”

TENTE O SEGUINTE: Analise o que cada filho poderia razoavelmente fazer para contribuir para o bom andamento da casa. Pergunte-se: ‘Ainda estou fazendo coisas para os meus filhos que na verdade eles já poderiam fazer sozinhos?’ Em caso afirmativo, ajude-os até ter certeza de que consigam cumprir a tarefa por si mesmos. Deixe bem claro que haverá consequências, boas ou ruins, dependendo de como eles cuidarem de sua tarefa. Então, cumpra o que prometeu, seja uma punição, seja uma recompensa.

Dê instruções específicas

Jesus, como todo bom instrutor, sabia que a melhor maneira de aprender é a prática. Por exemplo, quando achou que era o momento certo, ele enviou seus discípulos “aos dois, na sua frente, a cada cidade e lugar aonde ele mesmo estava para ir”. (Lucas 10:1) No entanto, não os deixou sem ajuda. Antes de enviá-los, deu-lhes instruções bem específicas. (Lucas 10:2-12) Quando os discípulos voltaram e contaram que tinham sido bem-sucedidos, Jesus os elogiou. (Lucas 10:17-24) Ele expressou sua aprovação e confiança na capacidade deles.

Quando os seus filhos enfrentam desafios, como você reage? Procura protegê-los de coisas que eles têm medo, para que não sofram desapontamentos nem fracassos? Sua primeira reação talvez seja “resgatar” seu filho ou assumir você mesmo a responsabilidade.

Mas considere o seguinte: cada vez que você corre para “salvar” seus filhos de uma situação, que mensagem transmite? Está mostrando que tem confiança neles e em sua capacidade? Ou está dizendo que ainda acha que eles são crianças indefesas que precisam de você para tudo?

Por exemplo, como foi que Emília, já mencionada, lidou com o problema de sua filha? Em vez de interferir, ela deixou Júlia falar diretamente com a professora. Juntas, fizeram uma lista de perguntas para Júlia levar à escola. Depois, conversaram sobre qual seria a melhor hora para falar com a professora. Até mesmo ensaiaram a conversa. Emília diz: “Júlia ganhou coragem para falar com a professora, e a professora a elogiou por sua iniciativa. Júlia ficou muito orgulhosa de si mesma — e eu também fiquei orgulhosa dela.”

TENTE O SEGUINTE: Anote num papel um desafio que seu filho está enfrentando. Ao lado do desafio, escreva o que você poderia fazer para ajudá-lo a resolver o problema, mas sem o “salvar”. Ensaie com ele os passos necessários para superar o desafio. Expresse sua confiança na capacidade de seu filho.

Se você sempre proteger seus filhos de dificuldades, na verdade estará impedindo que eles desenvolvam as habilidades necessárias para lidar com os desafios da vida. Em vez disso, fortaleça seus filhos, criando-os para aceitar responsabilidades. Isso é um dos melhores presentes que você pode dar a eles.

^ parágrafo 3 Os nomes foram mudados.

PERGUNTE-SE . . .

  •  Tenho expectativas realistas com respeito aos meus filhos?

  •  Falo e mostro o que eles precisam fazer para serem bem-sucedidos?

  •  Quando foi a última vez que elogiei meu filho?